“Quando assumi o governo (2003) a Sanepar estava nas mãos do grupo francês Dominó, que tinha comprado na bacia das almas, num negócio mal explicado, ações da Sanepar. Eles eram minoritários e eu os tornei bem mais minoritários porque fiz a Copel comprar ações do grupo francês”, lembrou o senador Roberto Requião (PMDB/PR).

Mesmo sendo sócios minoritários, com menos de 20% das ações, um acordo de acionistas garantia a eles o comando da empresa. Requião não cumpriu este acordo e determinou como prioridade da Sanepar a implantação de programas sociais como a Tarifa Social e investimentos para ampliação da distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto. Além disso, as tarifas ficaram congeladas.

Mesmo não sendo cumprido, o acordo ainda é válido e sua renovação ocorre no próximo dia 04 de setembro. E, segundo denúncia do senador, o governador Beto Richa vai renovar nesta terça-feira (27) à tarde o acordo que entrega novamente a gestão da Sanepar para os sócios minoritários por mais 20 anos. “E a empresa, ao invés de se preocupar com a saúde do povo e com o saneamento básico, continuará se preocupando com o lucro”, disse.

Quando foi governador, entre 2003 e 2010, Requião estipulou a remuneração dos acionistas no teto legal de 25%. Beto Richa subiu esta porcentagem para 50% e agora vai passar o comando da Sanepar aos acionistas minoritários. “Não há um protesto. Não há um deputado, um jornal. Paraná, o que é que está acontecendo?”, indagou o senador.