No abertura do Fórum Sindical Brasil-México, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (16), o senador Roberto Requião disse que “a primeira vítima da crise financeira global são os direitos dos trabalhadores”. Ao lado da unidade latino-americana, para o enfrentamento dos interesses econômicos imperiais, o senador defendeu a premência da unidade dos trabalhadores do continente para garantir seus direitos.
O Fórum Sindical Brasil-México estende-se até esta quarta-feira (18), no Memorial Getúlio Vargas, no Rio, e reúne líderes sindicais e economistas dos dois países. Na abertura, além do senador Roberto Requião, participaram também o ministro Aldo Rebelo (PCcdoB), o economista Calos Lessa, ex-presidente do BNDES, o editor Lorenzo Carrasco, presidente do Movimento de Solidariedade Ibero-Americano, Antônio Alvarez Esparza, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores e Camponeses do Estado de Jalisco e a economista Marivilia Carrasco, da Sociedade Geográfica Mexicana.
Da parte do Brasil, participaram ainda dirigentes da Central dos Sindicatos Brasileiros.
No ano passado, também com a participação do senador Roberto Requião, foi realizado o Fórum de Guadalajara, na cidade mexicana, reunindo lideranças políticas e sindicais dos dois países.
Precarização
Em sua fala, o senador Roberto Requião fez duras críticas à “flexibilização dos direitos trabalhaistas”, segundo ele “um eufemismo malandro” para a cassação dos direitos dos trabalhadores de todo o mundo, conquistados nos últimos dois séculos de lutas e greves.
Nesse sentido, Requião atacou a PEC 4330, em tramitação na Câmara dos Deputados que radicaliza a terceirização do trabalho, estendendo-a para todos os setores da economia. “Essa barbaridade não pode passar”, afirmou o senador, conclamando os sindicalistas a resistir à emenda.
Segundo Requião, o ideal dos neo-liberais “é o Estado mínimo e terceirizado”.
Além da luta econômica
O senador Roberto Requião estimulou ainda os sindicalistas a “ultrapassarem as barreiras das reivindicações corporativas” , fazendo de suas lutas “uma luta política contra globalização neo-liberal e pela integração latino-americana”.
Foto: Antonio Pietrobelle.