Página IncialNotíciasRequião quer explicações do governo para aumento do capital externo no BB

Requião quer explicações do governo para aumento do capital externo no BB

imagesO senador Roberto Requião está encaminhando um pedido de informações ao ministro Guido Mantega, da Fazenda,  sobre “as motivações de natureza técnica” que levaram a pasta a propor à presidente Dilma Rousseff  a elevação da participação do capital estrangeiro no Banco do Brasil.  Requião pede a Mantega cópia de todos os documentos produzidos para sustentar a decisão.

Permitir que 30 por cento das ações do Banco do Brasil sejam transferidos  para as mãos de estrangeiros é o mesmo que fraudar a norma que dá ao  BB as características de instituição financeira oficial. Pior ainda, dá seguimento a um processo de privatização e de transferência de parcela significativa do capital aos estrangeiros em um dos poucos setores que têm obtido lucros expressivos, em comparação com outros setores da economia”, afirma o senador  no requerimento.

Segundo Requião, o aumento da participação do capital internacional no banco é uma forma de permitir que entre no país “capital meramente especulativo, que somente gerará uma transitória elevação de nossas reservas cambiais, com tendência de corroê-las quando das vultosas remessas de lucros que advirão da distribuição de resultados do Banco do Brasil”.

A seguir, a íntegra do requerimento do senador Roberto Requião ao ministro Guido Mantega, áudio e vídeo relacionados ao assunto.

REQUERIMENTO

Requião pede informações a Mantega sobre capital estrangeiro no Banco do Brasil

O senador Roberto Requião (PMDB/PR) informou nesta quinta-feira (07) que fez um pedido de informações ao ministro Guido Mantega sobre o aumento da participação estrangeira em até 30% no capital ordinário do Banco do Brasil. “Não há razões técnicas ou jurídicas que justifiquem este decreto. É um decreto entreguista. Não tem sentido algum”, afirmou.

O senador citou a Constituição, que resguarda direitos próprios de instituições financeiras públicas a receber disponibilidades de caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. “Permitir que 30% das ações do Banco do Brasil sejam transferidas para mãos estrangeiras é o mesmo que fraudar a nossa norma que dá ao Banco do Brasil as características de instituição financeira oficial”, disse Requião.

“Pior ainda: dá segmento a um processo de privatização e de transferência de parcela significa do capital aos estrangeiros. Trata-se de uma forma disfarçada de permitir que adentre no Brasil capital meramente especulativo, que somente gerará uma transitória elevação das nossas reservas cambiais”, completou.

O senador deixou claro que o decreto federal não aumentou o capital do Banco, não remunera a empresa, não dá dinheiro para o desenvolvimento do Brasil. “É entreguismo puro e simples. A lei 9.784 impõe em seu artigo 2º que o gestor ofereça à sociedade e aos órgãos de controle motivação dos atos públicos. Este decreto não tem motivação”, finalizou.

Histórico – Em setembro de 2009, o Banco do Brasil havia informado a elevação do limite de 12,5% para 20%. Na época, a participação de investidores estrangeiros no BB estava em cerca de 11%, de acordo com dados que constavam no último balanço divulgado pela instituição financeira pública.

Antes disso, o primeiro decreto sobre o aumento de participação foi assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio de 2006, quando a parcela passou de 5,6% para 12,5%. As ações do Banco do Brasil correspondem a cerca de 4% do Ibovespa.