O senador Roberto Requião (PMDB/PR) foi o convidado do programa Jogo do Poder (Rede CNT) de domingo (18), comandado pelo advogado Luiz Carlos da Rocha. “O partido quer candidatura própria. O que existe é o Beto (Richa) tentando corromper e comprar o PMDB. Oferecem cargos aos convencionais. Isto é uma coisa muito sem vergonha”, disse o senador, começando a entrevista falando sobre a convenção do PMDB do Paraná no próximo dia 20 de junho.
“O Paraná precisa de governo. Praticamente não temos gestão. Não há governo. Estão fazendo uma patifaria atrás da outra”, avaliou, justificando porque o PMDB precisa lançar um candidato ao governo do Paraná. O senador já adiantou que, caso o PMDB volte a governar o Estado, “quem vai regular as tarifas de água e luz é o interesse do povo. E não financiadores de campanha”.
Questionado sobre o pedágio no Paraná, o senador disse que Richa recebeu R$ 3 milhões das concessionárias de pedágio para sua campanha e, assim que eleito, retirou as ações do Estado contra as concessionárias. “A Justiça é lenta. Mas as ações estavam lá. Mais dia, menos dia, elas seriam julgadas. O pedágio do Paraná é um dos mais altos do mundo”, criticou, lembrando que nunca autorizou o reajuste de tarifas. O aumento sempre foi dado pela Justiça.
Esta situação levou o senador a apresentar no Senado um projeto proibindo a doação empresarial no processo eleitoral para partidos e candidatos. “O compromisso do candidato tem que ser com o povo. Não com financiadores de campanha”. O projeto foi aprovado no Senado e seguiu para votação na Câmara. Ao mesmo tempo, tramita no Superior Tribunal Federal, que já se posicionou contra a doação empresarial.
Requião cobrou do Ministério Público do Paraná e da OAB uma posição sobre os desmandos de Richa na Copel e na Sanepar. “E o PT? E a Gleisi? O que dizem disso? O que diz o PT do Paraná sobre o que esta acontecendo na Copel? Será que todos entregaram a rapadura?”, questionou.
Gestão – Outra medida que Requião anunciou caso o PMDB eleja o próximo governador do Paraná é diminuir o número de Secretarias e fazer uma hierarquia de prioridades. “O que está faltando é experiência e gestão”, resumiu, lembrando que construiu 13 hospitais e reformou outros 31, construiu 12 penitenciárias e reformou outras seis unidades, comprou 1.100 ônibus para o transporte escolar rural, construiu Clínicas de Saúde da Mulher e da Criança e Bibliotecas Cidadãs sem precisar de empréstimos.
“Investimos R$ 4 bilhões na Sanepar e congelamos a tarifa. Atendemos 210 mil famílias com a Tarifa Social. Contratamos 10 mil homens para as polícias Civil e Militar. Entregamos o Estado redondo. É por isso que eu, com mais cinco anos de Senado, resolvi colocar meu nome e a experiência de uma equipe que conseguiu colocar o Paraná em ordem depois do Lerner e do Taniguchi, à disposição”.
“Se o Governo tem R$ 600 milhões para gastar em propaganda por que quer empréstimo? Como vai pagar um empréstimo se não consegue pagar fornecedores do Estado. Isso quebra definitivamente o Estado. Foi a bagunça do governo do Estado que fez o Tesouro negar o empréstimo”, esclareceu. Requião criticou o inchaço da folha de pagamento com a contratação de milhares de “aspones, assessores de porra nenhuma”.
Impostos – Por último, ele criticou a antecipação tributária criada por Richa e que está colocando os micro e pequenos empresários paranaenses em dificuldades econômicas, ao contrário do período que governo e isentou as microempresas de ICMS e reduziu drasticamente o imposto das pequenas empresas. De 2003 a 2010, o Paraná criou 800.150 empregos com carteira assinada.
“As indústrias estrangeiras têm que ter no Paraná e no Brasil os mesmos benefícios dados a empresas brasileiras. Nós temos que viver um projeto de Nação. O governo do PMDB no Paraná foi ligado ao interesse do povo e é o que queremos repetir”, finalizou criticando vantagens tributárias dadas à Renault e a outras montadoras na gestão de Jaime Lerner.