Herbert Marshall McLuhan, o filósofo e educador canadense, recomendava cantar a nossa aldeia, para sermos universais. É o que vou fazer. Vou falar de meu estado, o Paraná, para que os senhores possam ter uma idéia de Brasil. No entanto, antes de tudo, gostaria de deixar claro que não venho aqui como se fosse um caixeiro-viajante, a vender maravilhas, a oferecer oportunidades irrecusáveis, a contar ou cantar vantagens. Embora tenha tido êxito como vendedor, em minha atividade privada , já que a rede de lojas de minha família foi um sucesso, não pretendo aqui tal performance.Mesmo porque acredito que a mundialização da economia e a velocidade das informações tornam, de certa forma, obsoleta a figura do caixeiro-viajante.Sendo assim, vou transmitir aos senhores informações básicas sobre o Estado do Paraná. E vou ainda detalhar as prioridades de nosso Governo e os investimentos públicos projetados para os próximos quatro anos.Embora ocupe pouco mais de dois por cento do território brasileiro, o Paraná é responsável por um quarto da produção nacional de grãos. Somos hoje o maior produtor brasileiro de soja, de milho, de trigo, de feijão. Somos o maior produtor nacional de carne de aves, ocupamos a terceira posição na produção de carne suína e estamos entre os dez maiores produtores de carne bovina. E ocupamos o terceiro lugar na produção nacional de leite.Se já temos uma tradição firmada na produção agrícola e pecuária, o Paraná destaca-se também no setor industrial. No primeiro semestre deste ano, a produção física da indústria paranaense cresceu 7,3 por cento, o terceiro melhor resultado entre os 27 estados brasileiros. Setores como os de produtos químicos, máquinas e equipamentos, material elétrico e veículos automotores tiveram um incremento extraordinário.Acompanhando os bons índices da agropecuária e da indústria, o comércio varejista paranaense apresentou um magnífico incremento de 7,2 por cento, nos primeiros sete meses deste ano.O crescimento do ramo de hipermercados e supermercados e a considerável ampliação do volume de vendas de equipamentos de informática, de eletroeletrônicos e eletrodomésticos foram contribuições essenciais para o expressivo desempenho do nosso comércio varejista.Quanto às exportações, novos avanços. De janeiro a agosto deste ano, as exportações paranaenses somaram mais de oito bilhões dólares, um crescimento de 22 por cento em relação a idêntico período do ano anterior.Considerando que as importações somaram cinco bilhões e 400 milhões de dólares, nossa balança comercial registra um superávit de dois bilhões e 600 milhões, neste ano de 2007. Soja em grão, farelo de soja, carne de frango, automóveis, cereais, motores para veículos são os nossos principais produtos exportados. E importamos principalmente petróleo e fertilizantes.A União Européia e a Ásia são os maiores compradores de produtos paranaenses, respondendo, respectivamente, por 31,4 e 15,5 de nossas exportações. Quanto às importações, novamente a União Européia aparece em primeiro lugar, com 29,3 por cento, seguida de países da África, com l8 por cento de nossas aquisições externas.Os Estados Unidos são o sexto destino das exportações paranaenses e o quinto fornecedor para o nosso estado. Em relação à infra-estrutura, o Paraná também coleciona números notáveis. Somos um dos maiores produtores brasileiros de energia elétrica. A COPEL, Companhia Paranaense de Energia Elétrica, cujas ações são negociadas na Bolsa de Nova York com tanto sucesso, com l8 usinas hidrelétricas e uma termelétrica, tem uma capacidade instalada de 4,5 MW. A COPEL não apenas garante o fornecimento de energia elétrica para as empresas já instaladas e as que pretendem se instalar como pratica a menor tarifa do país. Ainda assim, no ano passado, o lucro da COPEL, depois dos impostos, foi de l bilhão e 243 milhões de reais, o maior de sua história. No primeiro semestre deste ano, a COPEL surpreendeu de novo os analistas, apresentando um lucro líquido de 525 milhões de reais.Não é à toa que, já por duas vezes, nos últimos anos, vim a Nova York para homenagens da Bolsa à COPEL. Bom para os paranaenses, bom para os americanos.O Paraná é possui ainda a maior malha rodoviária da região sul brasileira e a melhor do país, segundo publicações especializadas. Nos quatro anos de meu mandato anterior, recuperamos mais de cinco mil quilômetros de estradas.Entre as ferrovias, destaca-se a Ferroeste, que liga a principal região produtora de grãos e o Porto de Paranaguá, que foi construída em meu primeiro mandato, l991/l994.O Porto de Paranaguá é o maior porto graneleiro da América Latina e o segundo maior porto brasileiro, em movimentação de cargas e em receita cambial. Além da exportação de grãos, o Porto de Paranaguá distingue-se pela movimentação de veículos, de contêineres, congelados e madeiras. O nosso porto foi o primeiro porto público brasileiro a se enquadrar nas regras internacionais de segurança, adotando as rigorosas exigências do ISPS Code.Até o final do ano, Paranaguá deverá movimentar 35 milhões de toneladas, gerando uma receita cambial de 10 bilhões e 600 milhões de dólares.Na área do ensino, da ciência e da tecnologia apresentamos também vantagens relativas. Temos uma rede de seis universidades públicas estaduais, fixadas nas principais regiões do estado e que oferecem um ensino de primeira linha. Temos duas universidades públicas federais, sendo uma delas dedicada ao ensino tecnológico. Além de uma sólida rede particular de unidades de ensino superior. O ensino médio e fundamental paranaense é hoje um dos destaques da educação brasileira. Por decisão de meu governo, trinta por cento do orçamento do estado são destinados à educação. Deixamos de lado aquela conversa mole de todo governante de que a educação é prioridade e a fizemos, de fato, prioridade.Além disso, destinamos dois por cento do orçamento estadual para o desenvolvimento da ciência e a tecnologia, uma porcentagem significativa tendo em vista a crônica escassez de recursos públicos em países como o nosso. Temos orgulho dos institutos públicos de ciência e tecnologia, hoje alinhados entre os melhores do país e respeitados internacionalmente. Na área de produção de biocombustível, para citar um exemplo de grande atualidade, o Paraná desenvolve com sucesso projetos pioneiros. A Política de Desenvolvimento do Estado do Paraná, que cobre os próximos três anos e meio de meu mandato, projeta investimentos de l8 bilhões e 200 milhões de reais, para consolidar esse caminho. Desse total, 55,3 por cento vão ser destinados à infra-estrutura urbana, energia e logística de transporte; l8,9 por cento para ciência e tecnologia, educação, saúde e meio-ambiente; 22,2 por cento para a produção agrícola e industrial. Com isso, o Paraná consolida-se, relativamente ao número de habitantes, como o estado brasileiro que mais investe em seu desenvolvimento. Se, por um lado, o Paraná orgulha-se desses números, mais ainda envaidece-nos os avanços sociais.Afinal, de nada adianta uma política de desenvolvimento se ela não tem como alvo, como objetivo último o bem-estar da população.Segundo pesquisas da prestigiosa Fundação Getúlio Vargas, o Paraná é um dos estados brasileiros que combate a pobreza com maior eficiência. Entre 2004 e 2006, a pesquisa constatou uma queda de 25 por cento no índice de pobreza em nosso estado.Nos últimos quatro anos, ao lado do Piauí, fomos o estado brasileiro que apresentou a maior queda no índice de mortalidade infantil.Pela primeira vez, em décadas, estancamos o êxodo rural e o esvaziamento de pequenas cidades do interior. E também pela primeira vez em tantos anos, deixamos de perder pequenas propriedades rurais. Nas duas situações, sinais claros da força das políticas sociais para o interior.O Paraná, além do peso do agro-negócio, tem nas pequenas propriedades rurais fator essencial para o equilíbrio econômico, social e demográfico. Mesmo porque é da pequena propriedade que vem tudo aquilo que é servido à nossa mesa. Uma outra boa notícia que compartilho com os senhores: pesquisas nacionais indicam que o Paraná será o primeiro estado brasileiro a erradicar o analfabetismo. Nos últimos anos, reduzimos em 38 por cento a contagem de analfabetos e até 2010 vamos acabar com esse claro sinete de exclusão social.Inclusão social começa com emprego e salário, esse o passaporte para a cidadania. Pois bem, relativamente ao número de habitantes, o Paraná é hoje o estado brasileiro que mais gera empregos formais. De janeiro de 2003, quando tomei posse, até agosto deste ano, foram criados no Paraná 46l.l70 novos empregos.Para se ter uma idéia do que isso significa, basta dizer que nos oito anos do mandato do governador que me antecedeu, foram criados no Paraná apenas 37.822 novos empregos formais. Qual a mágica? Não há mágica. Adotei uma política de troca de impostos por empregos. As microempresas foram simplesmente isentas de imposto estadual. E as pequenas empresas tiveram o tributo radicalmente reduzido. Diminuí ainda fortemente as alíquotas para setores sensíveis de nossa economia ou sobre pressões circunstanciais.Enfim, no âmbito da competência estadual, estamos fazendo do imposto um instrumento de incentivo a investimentos, de estímulo à produção e de criação de novos empregos, de mais salários. Por fim, gostaria de destacar a posição privilegiada que o Paraná ocupa geograficamente no Mercosul. Estamos localizados no coração desse mercado e temos mantido com os nossos vizinhos intenso intercâmbio, realizando excelentes negócios.Senhoras, senhores, assim é o Paraná. Um estado brasileiro que busca obsessivamente o desenvolvimento econômico e social. Um estado que fez uma clara e irretocável opção pela bem-estar e felicidade de sua gente. Um estado sempre de braços e coração abertos a quem queira nele investir e participar da construção de uma sociedade mais desenvolvida, solidária que respeite o homem e o meio que o cerca. Bem-vindos ao Brasil, bem-vindos ao Paraná. Muito obrigado.
Página IncialOcultosRecepção a Delegações de empresários e representantes de governos extrangeiros.Outubro de 2007.