Ao contrário do que o Senador José Serra disse em seu artigo “O petróleo e as moedas imaginárias” publicado hoje em dois jornais de grande circulação, a dívida por barril de petróleo produzido da Petrobras não é 360, mas 192,2, de acordo com o Relatório de 2014. Além disso, a média das outras três maiores empresas de capital aberta é maior que 60. A Shell, por exemplo, apresenta uma relação de 102,6, conforme mostrado na Figura 1 abaixo.
Figura 1
A dívida por barril de petróleo produzido da Petrobras é mais alta porque, ao contrário dessas empresas, foi a única que aumentou sua produção entre 2006 e 2014, conforme mostrado na Figura 2. Além disso, a Petrobras é a única que vai mais que triplicar suas reservas, passando de 16 bilhões de barris para 48 bilhões de barris. Nenhuma empresa triplica suas reservas sem grandes investimentos em exploração e sem aumento da dívida.
Figura 2
Conforme mostrado na Figura 3, as reservas da Petrobras são muito maiores que as reservas dessas outras empresas. Dessa forma, é interessante a Figura 4 que mostra a relação entre a dívida e a reserva.
Figura 3
Conforme mostrado na Figura 4, apenas a ExxonMobil apresenta uma relação dívida/reserva menor que a da Petrobras.
Figura 4
Conclui-se, então, que a Petrobras apresenta uma dívida absolutamente compatível com suas reservas potenciais e com sua possiblidade de crescimento da produção, que no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 era 4,2 milhões de barris de petróleo por dia – mmbpd em 2020. A alternativa para a Shell, por exemplo, foi comprar a BG para se tornar parceira da Petrobras no Pré-Sal e aumentar suas reservas e sua possibilidade de aumento da produção. Isso ilustra bem o potencial do Pré-Sal brasileiro. Infelizmente, a atual diretoria da Petrobras reduziu a estimativa de produção da Petrobras para 2,8 mmbpd.
Com informações: Paulo César Ribeiro de Lima