Qual o projeto de país definido pelo arcabouço? *Gilberto Maringoni* outraspalavras.net/mercadovsd… Leia com atenção!

Cerca 2 anos atrás from Roberto Requião's Twitter via Twitter for iPhone



Página IncialNotíciasRequião defende Gleisi e vê parcialidade no Judiciário e no MP

Requião defende Gleisi e vê parcialidade no Judiciário e no MP

O senador Roberto Requião defendeu nesta quarta-
feira (13), no plenário, a trajetória política da senadora Gleisi
Hoffmann que, na próxima terça-feira (19), será julgada por uma
das turmas do Supremo Tribunal Federal. Requião citou a longa
convivência com a senadora, lembrando que em algumas
oportunidades estiveram em campo oposto. No entanto, disse o
senador, não há como deixar de reconhecera honradez, o espírito
de luta, a coragem e o compromisso de Gleisi com os mais pobres
e com as causas nacionais.
A seguir, vídeo e texto do discurso de Requião.

De todas as senadoras e os senadores que
hoje compõem esta Casa, a que mais conheço, com a
qual tenho a mais longa convivência é a senadora
Gleisi Hoffmann. Logo, considero-me apto a
testemunhar a sua retidão, seriedade, linha de
conduta e o seu compromisso com o povo, o seu
amor ao povo brasileiro.
Jovem estudante, Gleisi atirou-se com paixão e
coragem aos enfrentamentos de sua geração, como
as lutas pela anistia, pela redemocratização e pelas
eleições diretas. Foi nessas circunstâncias que a
conheci. Tive-a como uma das coordenadoras
estudantis de minha campanha à Prefeitura de
Curitiba, em 1985, primeira eleição direta para o
governo das capitais depois do fim da ditadura.
Uma eleição memorável em que o entusiasmo e o
fervor de jovens como a Gleisi deram o tom, já que
o nosso principal oponente era um político duas
vezes nomeado pela ditadura para a Prefeitura de
Curitiba.
Filmes históricos de minha campanha mostram a
jovem Gleisi no palanque, discursando com essa
mesma vibração, essa mesma crença em um país
melhor, justo e fraterno que manifesta desta tribuna.
Mas nem sempre estivemos juntos, é verdade.
Fomos até mesmo adversários, como na eleição de
2014, quando ambos disputamos o Governo do
Paraná.
No plano nacional, como as senhoras e os
senhores puderam comprovar inúmeras vezes, nem
sempre estivemos do mesmo lado, especialmente a
respeito da política econômica dos governos do PT.
Seja com o for, isso nunca arrefeceu o meu
respeito e a minha admiração pela Gleisi.
Era de se esperar que suas posições históricas em
defesa da soberania nacional, dos trabalhadores, do
capital produtivo, das mulheres e das minorias
provocassem as reações raivosas de parte da
imprensa e de setores do Judiciário e do Ministério
Público. E daquela banda da internet contaminada
pela hidrofobia fascista.
Até mesmo nesta Casa vimos manifestações
carregadas de rancor e fúria contra a senadora Gleisi.
E a elevação de Gleisi à presidência do Partido dos
Trabalhadores deixou ainda mais coléricos, hostis os
seus opositores.
E em que circunstância Gleisi assume a
presidência do PT?
Na circunstância da prisão de Lula. Na
circunstância da partidarização e ideologização da
Lava Jato. Na circunstância das controversas e cada
vez mais suspeitas delações premiadas.
Na circunstância da campanha liderada pelas
Organizações Globo e mídia aliada de destruição, de
liquidação do PT e de toda a oposição nacionalista,
democrática e popular.
Na circunstância em que, irresponsavelmente, as
ditas elites aquecem o ovo da serpente fascista. Na
circunstância em que, outra vez, os nossos chamados
liberais, como em 32, 45, 54, 64, 2015 flertam,
namoricam a extrema direita.
É nesse caldeirão que Gleisi está lançada. É
preciso muita coragem, fibra, espírito público,
renúncia e caráter para enfrentar tamanho
bombardeio.
É preciso aquilo que Ho Chi Min definia como
“moral revolucionária”, o senso do dever, o
compromisso com o dever e com os princípios
humanitários, civilizatórios.
Há uma moralidade intrínseca, originária,
própria e essencial nos que colocaram como causa
da vida a causa dos mais pobres, dos desamparados,
dos humilhados e ofendidos. Dos que vão ao
mercado não para especular e sim para vender a sua
força de trabalho a troca da sobrevivência, do direito
de viver.
Não há moralidade, não há dignidade, não há
distinção ou honradez em regimes, em sistemas de
governo, em uma imprensa ou no judiciário não
apenas indiferentes.
Pior que isso, cúmplices na exploração e espoliação
do trabalho humano, na construção e na manutenção
da desigualdade, na sonegação do direito à moradia,
à segurança, a pelo mesmo três refeições diárias, à
cultura, à educação, à dignidade que deve revestir
todo ser humano.
Não há moralidade em um sistema judiciário que
faz da licença hermenêutica a lei, que acusa,
processa e condena segundo a visão de mundo dos
juízes, segundo simpatias ou antipatias, segundo o
direito e os interesses de outros países a que se
vincularam e prestam vassalagem.
Conheço a Gleisi desde menina, a menina que
primeiro queria ser freira para ajudar os pobres, mas
que depois viu na militância política e na luta pela
transformação da sociedade um espaço maior para a
realização daqueles anseios adolescentes.
Essa menina trouxe desde lá, entranhada em sua
alma, envolvendo o seu coração, possuindo o seu
espírito a moralidade dos que buscam não a riqueza,
não notoriedade, não a efêmera celebridade dos
vaidosos, não o afago dos poderosos. E sim o bem-
estar e a felicidade de seu povo.
Esta é a Gleisi que conheço desde menina e por
quem testemunho.
Senhoras e senhores senadores. Senhoras e
senhores ministros do Supremo Tribunal Federal.
Caso alguém tivesse ainda algum fiapo de dúvida
sobre a politização das denúncias do Ministério
Público contra Gleisi, que faça um cotejamento das
denúncias que foram retiradas contra outros
senadores e as acusações mantidas contra a
presidente do PT.
É tão óbvio. Só não vê, só não acredita quem foi
abduzido pela imoralidade desses tempos tão
trevosos. Que se faça a luz. E a justiça.