Requião sugere medidas para aquecer industrialização brasileira
O senador Roberto Requião (PMDB/PR) voltou a falar sobre a desindustrialização que o Brasil vive. Este tem sido um tema recorrente de seus pronunciamentos no Senado e para a imprensa desde que assumiu. “Só agora vejo o clamor ser levantado no Brasil inteiro. Agora descobriram que desde 1980 o Brasil está se desindustrializando”, alertou.
O senador lembrou que em 1980 o Brasil produzia industrialmente mais do que a Malásia, a Tailândia, a Coréia do Sul e a China. Hoje o Brasil não chega a 15% dos que estes países produzem. “Estamos melhores do que em 1980. Mas nos industrializamos vagarosamente e os outros países assumiram a dianteira”, afirmou.
Para Requião, o Brasil está restrito à exportação de commodities, de bens não manufaturados. “Nós exportamos ferro, petróleo, café, soja, açúcar e carne. E estes itens correspondem a mais de 50% das exportações brasileiras. Por outro lado, nossos manufaturados são exportados apenas para o Cone Sul”, explicou.
O fortalecimento do mercado interno e da integração da América do Sul são defendidos por Requião como ferramentas de incrementar a exportação de manufaturados. “A entrada da Venezuela no Mercosul é um imperativo da economia brasileira. Não é uma questão ideológica”, afirmou.
Outro ponto levantado por Requião é a mudança do câmbio. Para ele, o dólar não pode continuar tão depreciado como está. “Precisamos cortar juros, cortar impostos, controlar o capital financeiro com maior taxação. Precisamos nacionalizar o crédito da produção. Não podemos ficar na mão da especulação”, opinou.
Além de todas estas medidas, o senador ressalta a importância de aumentar os salários e investir na inovação tecnológica. “A (presidente) Dilma está com um discurso correto. E eu apoio 100% o discurso da presidente. Mas a prática deixa muito a desejar. Principalmente quando ela diz que o protecionismo é uma tolice”, afirmou.
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