Requião defende tarifa comum do Mercosul para combater desindustrialização
A desindustrialização brasileira voltou a ser abordada pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR). Desde o começo do ano ele vem comparando o Brasil dos anos 80 com o Brasil de hoje como forma de alertar o Governo Federal para o problema.
“Tempos atrás divulguei repetidamente um dado estarrecedor sobre o processo de desindustrialização da nossa economia: nos anos 80, a produção industrial do Brasil era maior que a dos ‘Tigres Asiáticos’ (Tailândia, Malásia, China e Coréia do Sul) juntos. Hoje, a nossa produção não representa mais do que 15% da produção industrial desses países. E a cada dia a situação piora”, alertou.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – Abimaq – anuncia que o setor vai fechar 2012 com um déficit comercial superior a US$ 20 bilhões. “O setor de máquinas e equipamentos é sem dúvida um excepcional termômetro para medir a realidade da nossa indústria”, avaliou Requião.
Para o senador, a situação se agrava com a abertura da economia, com a importação de máquinas e equipamentos chineses. “O jornalista Luis Nassif conta que tempos atrás a Abimaq decidiu abrir um escritório na China para identificar novas oportunidades. Mas teve que desistir porque os empresários brasileiros que visitavam a China voltavam de lá com a representação de uma indústria de máquinas chinesas”, contou.
Mercosul – Requião relatou a audiência da Abimaq com o ministro da Fazenda Guido Mantega, quando a Associação pediu o aumento do imposto de importação sobre produtos concorrentes, correção da taxa de câmbio e a constituição de uma forte equipe forte de defesa comercial, como existe na China e nos Estados Unidos.
“Nós deveríamos estabelecer uma tarifa externa comum do Mercosul. Estabelecer uma tarifa externa comum alta e liberar a tarifa interna para que os nossos mercados pudessem internamente crescer e nós pudéssemos enfrentar de igual para igual com os países desenvolvidos a crise”, sugeriu.
O senador afirmou que as tarifas externas muito baixas estimulam importações predatórias, subfaturadas, que “esmagam a nossa indústria e acabaram liquidando os empregos industriais também. Já se fala em reindustrialização do Brasil, como se nós tivéssemos passado por um guerra que tivesse destruído o nosso parque industrial”.
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