Requião apoia pacote para redução das tarifas de energia elétrica

“Uma coisa é certa: a privatização do setor energético brasileiro não deu certo. A privatização do sistema é a responsável pelo alto preço”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR), que aprovou as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseffpara redução das tarifas de energia elétrica no Brasil. O preço da energia vai cair em média 16,2% para os consumidores residenciais e até 28% para a indústria.
“As grandes empresas estatais foram divididas em três para efeitos de privatização: geração, transmissão e distribuição. Sobre elas caiu um número enorme de tributos. E no processo interno de privatização, a taxa interna de retorno foi rigorosamente absurda. Então, o preço explodiu”, recordou Requião.
O senador lembrou que a redução anunciada tem alguns efeitos paralelos na arrecadação dos Estados, já vai diminuir. “Mas há compensações”, avaliou Requião, lembrando que quando governou o Paraná as usinas eram velhas, com custo de geração baixo. Ele então propôs ao Governo Federal ficar de fora do pool energético recém-criado.
“Eu tinha a oportunidade de oferecer à indústria do Paraná e aos consumidores a energia mais barata do Brasil. Mas não. Eu fiquei dentro do pool”, lembrou. A Copel foi obrigada a vender sua energia para o pool e este grupamento reduz o sobrepreço das usinas privatizadas.
“A ideia da privatização foi uma ideia predadora e a presidenta agora, com inteligência e sensibilidade social, que caracteriza o governo do Lula e o dela também, baixa o preço da energia. Mas não estamos mexendo na essência, que é o sistema de privatização, as taxas internas de retorno e essa bagunça toda que o Fernando Henrique Cardoso montou no Brasil”, disse Requião.
Impacto – A redução do preço da energia vai se dar pela combinação do cálculo de preço na renovação de concessões do setor elétrico, redução de encargos federais que incidem sobre as contas de luz e aporte da União de R$ 3,3 bilhões. As mudanças estão em medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff
A presidente reafirmou que o pacote aumentará a competitividade do país; terá efeito multiplicador em outros setores da economia e, combinado com outras medidas, vai garantir ao país uma década de crescimento. “Terá impacto sobre toda a economia, ao reduzir custo das mercadorias, melhorar a participação do país na disputa por mercados internacionais, criar mais empregos, reduzir a inflação”, listou.

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