O senador Roberto Requião (PMDB/PR) revelou nesta quinta-feira (31) os bastidores do empréstimo frustrado de US$ 350 milhões que o governo do Paraná tentou aprovar no Senado. A origem está na negativa do BNDES de emprestar dinheiro para o Paraná, que foi considerado “ficha suja” por extrapolar o permitido com gastos com pessoal. Confira a explicação do senador:
“O governador Beto Richa está orquestrando fortíssima campanha contra mim dizendo que estou impedindo que o Paraná faça empréstimos externos. Trata-se de uma arrematada, completa e grossa mentira. Todo mundo já sabe o que aconteceu. O Taniguchi, o ficha-suja que manda no governo do Paraná, encaminhou um pedido de empréstimo externo ao Senado sem esclarecer para que seria o dinheiro. Nem o senador que relatava o pedido – Delcídio Amaral – soube dizer aos senadores qual seria o destino do empréstimo. Em vista disso, o Senado retirou o pedido do Taniguchi da pauta de votações.
Mas eu fui atrás. Fui procurar informações para saber o destino dos US$ 350 milhões que eles querem emprestar lá fora. E o que foi que descobri? Que é dinheiro para nada. Dinheiro que vai ser pulverizado, desperdiçado nas famosas consultorias. Mas atenção minha gente. Porque agora vem o desmascaramento definitivo da trama do empréstimo no exterior.
É o seguinte: o BNDES abriu uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para os Estados a juros baixíssimos. Todos os Estados se interessaram pelo empréstimo. Santa Catarina pegou R$ 500 milhões. São Paulo pegou R$ 2 bilhões. E o Paraná do Cassio Taniguchi pediu R$ 817 milhões. Mas o pedido bateu na trave. Antes de emprestar, o BNDES consultou a Secretaria do Tesouro Nacional para saber se a ficha do Paraná estava limpa. Não estava. E o BNDES não deu o empréstimo.
Por que a ficha do Paraná está suja? Porque o Beto está gastando na folha de pagamento para o funcionalismo mais do que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele criou centenas de cargos em comissão, deu aumento fantástico para os comissionados e acabou explodindo os limites de gastos com pessoal. Não foram aumentos para professores, polícia, médicos e enfermeiras. Foram aumentos para as contratações políticas.
Por causa disso, o Paraná deixou de pegar R$ 817 milhões no BNDES. O Paraná está no Seproc e quer emprestar US$ 350 milhões no exterior. Está no Seproc no Brasil e quer dar um jeitinho e buscar dinheiro lá fora. Esta é a verdade. E do nosso lado, do PMDB, o Pessuti e os nossos deputados apoiam o Beto e o Taniguchi, que é quem realmente manda no governo do Paraná.”

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