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Página IncialArtigos e discursosRequião solidariza-se com Azenha e diz que grande mídia …

Requião solidariza-se com Azenha e diz que grande mídia …

O jornalista Luís Carlos Azenha, que assina um dos melhores sítios de informações na internet, tem um grave –e pelo jeito insuperável—defeito. Azenha não é petista, não é tucano, não é peemedebista, não é governista. Azenha é um repórter, visceralmente, obcecadamente um repórter, fiel ao mandamento máximo dos repórteres, que é buscar a verdade nos fatos. Antes de tudo, acima de tudo, a verdade factual, como diz Mino Carta, outro grande repórter.

Inflexível em relação a esse princípio, Azenha é frequentemente vergastado tanto pela direita, grande mídia e serviçais, como por ministros, assessores e burocratas do governo federal. Censurado e processado. Agora mesmo, Azenha foi condenado a pagar 30 mil reais ao diretor da Central Globo e Jornalismo, Ali Kamel, por suposta “campanha difamatória” contra o dito cujo.

Que “campanha difamatória” é essa?

Azenha explica. Em 2006, recém-chegado de Nova York, onde era correspondente da Globo, ele foi escalado por Ali Kamel para cobrir as eleições presidenciais de 2006, acompanhando a campanha da candidato tucano Geraldo Alckmin. Com o correr da campanha, Azenha e outros repórteres da Globo como Rodrigo Viana, Mariana Kotscho, Cecília Negrão, Carlos Dornelles e o editor de economia da emissora Marco Aurélio Mello ficaram incomodados, desconfortáveis coma parcialidade da cobertura imposta por Ali Kamel.

A tensão chegou ao ponto de ebulição no caso das imagens do dinheiro com o que os tais aloprados tencionavam comprar um dossiê contra o candidato tucano ao Governo de São Paulo, o Serra. Azenha teve acesso à gravação da conversa do delegado da Polícia Federal responsável pelo caso e um grupo de jornalistas, combinando como vazar fotos do dinheiro, para prejudicar o PT.

E ele reproduziu a gravação da trama em seu blog. A Globo, é claro, não gostou. Segundo relata Azenha, enojado com o tipo de jornalismo praticado pela emissora e com a perseguição a colegas que não se dobravam a Ali Kamel, ele pediu demissão. Mas, como volta e meia o “Viomundo” fazia críticas à Globo e revelações sobre os métodos de trabalho da Kamel, o diretor de jornalismo da emissora entrou com processos contra Azenha, considerando as matérias do blog como “campanha difamatória”.

Como o seu blog é sustentado por ele mesmo, por seu salário, sem qualquer patrocínio de quem quer que seja, Azenha vê-se na iminência de fechar o “Viomundo”. E anuncia essa disposição.

Diz ele:” “Sou arrimo de família, sustento mãe, irmão, ajudo irmã e filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores. Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é caso das Organizações que concentra pelo menos 50 por cento de todas as verbas publicitárias do Brasil (…)”.

Mas não é só Azenha que está sendo processado pela Globo ou por outro veículo da grande mídia empresarial. Vários bloguistas são ameaçados pela mordaça da meia dúzia de famílias que domina, que monopoliza a informação no país.

Toda solidariedade ao Azenha, ao Rodrigo Viana, ao Paulo Henrique, ao Mino Carta, à revista Caros Amigos, ao Paulo de Tarso Violin, enfim a todos os que fazem um jornalismo independente, em defesa dos interesses públicos, dos trabalhadores e da pátria brasileira.