Eduardo Requião destacou estilo de gestão em depoimento na CPI dos Portos e negou irregularidades
Ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Eduardo Requião, prestou nesta quarta-feira, dia 30, depoimento na CPI dos Portos, na Assembleia Legislativa.
Por cerca de duas horas ele relatou aos deputados algumas ações que desencadeou no período em que esteve à frente da gestão da APPA. A primeira parte do depoimento ficou restrita ao processo de licitação de compra da draga chinesa para o Canal da Galheta, que se deu depois que o superintendente deixou o cargo. Eduardo Requião, que admitiu que sua gestão foi polêmica, voltará à CPI na próxima terça-feira (6), às 9 horas, para abordar outros assuntos.
De acordo com o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado Douglas Fabrício (PPS), a participação do ex-superintendente na reunião foi positiva e que o objetivo, na reunião da próxima semana, é aprofundar o debate sobre as ações trabalhistas envolvendo a APPA. “Espero franqueza, como está acontecendo. Está sendo esclarecedor para a CPI. É uma oportunidade para questioná-lo e para ele trazer informações. Ele mesmo, Eduardo Requião, afirma que a sua gestão foi polêmica. Nosso papel é buscar informações para que possa haver mudanças. Na próxima semana vamos discutir as questões trabalhistas, apurar as razões de tantas ações trabalhistas. E que este dinheiro pudesse, de repente, ser investido em outra coisa, e não para pagar ação trabalhista”, avaliou Fabrício.
Reconhecimento da Gestão
Eduardo Requião, além de esclarecer todos os questionamentos efetuados pelo membros da Comissão, se prontificou a voltar na próxima terça-feira, dia 6, para continuar seus esclarecimentos. Falou ainda das dificuldades que encontrou o porto e sobre seu estilo de gestão a frente da APPA, reconhecendo que foi polêmica, mas sem irregularidades. "Nós queremos provar que o porto podia ter sustentabilidade. Alto sustentável, moderno e eficiente. O cartão postal do nosso governo. Só consegui fazer o que fiz porque contava com o apoio total do governo. Nenhum outro fez, nem fará nada semelhante. A nossa proposta é uma proposta política e ideológica. O nosso compromisso é o compromisso da política de nossa história familiar. Dilma Roussef e o então ministro Pedro Brito vieram, viram e concordaram"
Veja dois vídeos sobre o Porto de Paranaguá e leia o que Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil e o Pedro Brito, Ministro dos Portos falaram na época sobre o estilo de gestão.
EDUARDO APONTA SUPOSTO ESQUEMA DE EVASÃO DE DIVISAS
PORTO ANTES E DEPOIS 2003/2010
Depoimentos
Chefe da Casa Civil – Dilma Rousseff
“O Porto de Paranaguá tem hoje um processo que eu chamaria de revolucionário no que se refere a gestão e as condições de operação. O governo federal está muito interessado em conhecer este exemplo de gestão e tomá-lo como um dos indicativos de como operar um porto de forma moderna,ágil e efetiva. É muito importante para o país que a gente tenha exemplo de gestão bem sucedida. Eu acho que o Porto de Paranaguá sem dúvida nenhuma, é uma das referências, um benchmarking, uma das referências que o governo federal tem que considerar ao avaliar as questões dos Portos no Brasil”
Ministro dos Portos – Pedro Brito
“A posição do governo federal já demonstrada pelo presidente Lula é de que o Ministério que foi criado com foco especifico nos portos traga para Paranaguá aquilo que o governador do Paraná precisar, para que se continue crescendo, se continue investindo nos portos. Eu queria destacar que o que o Estado do Paraná faz hoje aqui é uma coisa absolutamente única. Não se vê normalmente a disposição de um governo do estado, como se vê aqui no estado do Paraná de investir nos portos e de fazer do porto um dos equipamentos mais importantes para o desenvolvimento regional. Então o que eu estou vendo aqui hoje é realmente uma condição portuária exemplar para o Brasil.”
Fotos: Nani Gois/Alep
Clipping de textos: Silvana Leal, Rodrigo Rossi (Alep) e Gazeta do Povo