Durante a campanha eleitoral de 2014, o senador Roberto Requião (PMDB/PR) já havia denunciado graves erros cometidos pela gestão Richa na administração da Paranaprevidência. “A atual gestão não tem recolhido a taxa de administração obrigatória. Porque a Paranaprevidência é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e o governo tem de recolher a taxa de gestão. A atual gestão não paga a contrapartida. Só o servidor tem pagado a sua parte. Só neste quesito, o rombo causado aos cofres da empresa é de R$ 29 milhões em 2014”, revelou na época.
Em seus pronunciamentos, Requião faz um alerta importante: “Em junho de 2014, o balanço financeiro da Paranaprevidência fechou o mês com um déficit de R$ 326 milhões. Se projetarmos esse valor para 12 meses, o rombo no caixa em 2014 pode chegar a R$ 4 bilhões – o que significa o equivalente a 12% do orçamento”, disse.
O senador ainda denunciou um saque feito por Richa. “Em dezembro de 2012, o governador Richa fez um saque de R$ 613 milhões para pagar a folha do funcionalismo. A folha do funcionalismo foi paga com o dinheiro da previdência dos funcionários do estado. ainda fez um saque indevido no valor de R$ 613 milhões em dezembro de 2012 para pagar o funcionalismo”, afirmou.
O senador fez questão de destacar que na sua gestão no governo do estado essas falhas não eram permitidas. “Nós cumprimos rigorosamente o pagamento de todos os tributos previdenciários e não deixamos nenhuma pendência com o INSS. Em 2010, eu entreguei a Paranaprevidência com 120 milhões só para investimentos e R$ 7 bilhões no Fundo de Previdência”, disse.
Roberto Requião ainda criticou as opções de investimento da empresa. “Quando nós a administramos, foi o único fundo de pensão do Brasil que não teve prejuízo com a crise de 2008/2009, porque nós proibimos que a Paranaprevidência fizesse qualquer investimento de risco. Determinamos que só poderia investir em letras do Tesouro Nacional. As notícias de investimentos em fundos em Brasília e investimentos em capital de risco já surgem. Precisamos apurar isso”, defendeu.
Agora, Richa quer sacar mais R$ 8 bilhões da Paranáprevidência para novamente pagar a folha. “O funcionalismo corre o risco de não receber no futuro as suas aposentadorias pela falta de gestão, pela incompetência ou inexperiência desse governo”. Segundo ele, o Ministério Público do Paraná já deveria ter agido no sentido de corrigir essas distorções, mas isso não tem acontecido.