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Em entrevista, Requião não descarta voltar ao Governo do Paraná

Em entrevista, Requião não descarta voltar ao Governo do Paraná

O senador Roberto Requião (PMDB/PR) foi o entrevistado deste domingo (18) do programa Jogo do Poder, apresentado por Luiz Carlos da Rocha, na Rede CNT. Questionado sobre sua aposentadoria, o senador iniciou a entrevista dizendo que “é o que muita gente gostaria. Estou com 70 anos de idade. Comecei muito cedo achando que poderia mudar o mundo e estou velho para desistir”.
Requião falou sobre sua atividade como senador, sobretudo como presidente do Parlasul, e criticou a estrutura administrativa do Senado. “Piorou do ponto de vista administrativo. Passamos de cinco para 11 comissões permanentes e nada funciona. Há um desequilíbrio salarial. O Senado não responde com eficiência ao trabalho com a gente gostaria. Era melhor antes”, avaliou.
O senador também criticou a gestão do governador Beto Richa e relembrou obras e programas de seu governo. “Enquanto o Beto participa de provas de corrida pilotando uma Ferrari quem governa o Paraná é o Cassio Taniguchi”, disse, cobrando explicações sobre o leilão que vendeu uma aeronave nova do Governo a preços abaixo do mercado. “Venderam um avião novo por pouco mais de R$ 1 milhão para comprar outro por mais de R$ 16 milhões. Isso se chama maracutaia”.
Rocha questionou a possibilidade de Requião concorrer novamente ao Governo do Paraná em 2014. “Vontade não tenho. Mas sou de cumprir compromisso”, afirmou, lembrando das dificuldades que teve nas ultimas eleições, quando a coligação não trabalhou fechada e chegou a pedir voto para senadores de outros partidos.
Política – Requião reafirmou que o PMDB de Curitiba quer que o ex-prefeito Rafael Greca volte à prefeitura da capital. “O PMDB de Curitiba é do velho MDB de guerra: não se compra e não se vende. Greca é o que mais cresce nas pesquisas e terá meu apoio na campanha. Vamos à luta”, garantiu o senador, que é o presidente do diretório municipal do partido.
Requião contou da relação antiga com a família Fruet, mas criticou a “falta brutal de definição do Gustavo Fruet. Precisamos de propostas pontuais sobre lixo, pedágio, radares”. Sobre o possível apoio do PT à candidatura de Fruet, declarou: “é um moralismo de ocasião. O PT vai entrar pelo cano ao ter que explicar como trouxe o Gustavo Fruet como candidato depois de ele ter sido opositor ao Lula”.
Economia – Sobre a economia brasileira, o senador afirmou que o discurso da presidente Dilma Rousseff está correto, mas as medidas tomadas são fracas e atrasadas. “Ainda temos os juros mais altos do planeta e o Banco Central continua sendo o instrumento do capital vadio, ao custo do sacrifício da população. Na Europa, o capital continua mandando e até elegendo ministros”, disse.
Para exemplificar sua crítica, Requião apresentou os últimos números da balança comercial dos manufaturados. “Há cinco anos o déficit comercial de nanufaturados era de US$ 6 bilhões. Em novembro deste ano foi de US$ 86 bilhões, com previsão de chegar a US$ 96 bilhões no fim do ano. Por outro lado, há um superávit global. Nós estamos primarizando a economia do Brasil. Viramos fornecedor de matéria-prima e nossa industrialização não está caminhando como deveria”, comparou.
Segundo o senador, a resistência tem que se dar no Brasil. “Temos que trazer Paraguai, Uruguai, Argentina, Venezuela para o Mercosul”, disse. “Estamos tentando aprovar benefícios fiscais para Estados que levem à integração da economia latino-americana. Junto vamos enfrentar os mercados do mundo e vamos crescer dentro do nosso próprio mercado de consumo”, finalizou.

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