O senador Roberto Requião (PMDB/PR) encerrou ontem (06) sua participação na 11ª Sessão Anual do Fórum Mundial “Diálogos de Civilizações”, realizada na Ilha de Rodes, Grécia. O senador falou sobre “A Crise Global e o Mercosul” e depois participou como debatedor nas demais apresentações. Também estiveram presentes os economistas brasileiros Carlos Lessa e Darc Costa.
Requião defendeu uma integração comercial efetiva entre os países do Mercosul como forma de minimizar os efeitos da crise econômica mundial. “Em média, nos últimos quatro anos, mais de 30% de nossos produtos manufaturados foram exportados para os países do Mercosul. Se acrescentarmos os demais países da América do Sul e da América Latina, vemos que 50% de nossos produtos industriais são exportados para o continente latino-americano”, mostrou.
“A metade do que nossas indústrias produzem é consumido na América Latina”, completou. Atualmente a União Européia consome 19,5% da produção industrial; os Estados Unidos, 13,5%; a China pouco mais 2%; e o restante do mundo, 14,8%. Além de exportar mais para a América Latina, o continente paga melhor.
No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil exportou US$ 234,19 bilhões, vendendo seus produtos ao preço médio de US$ 425 dólares a tonelada. “Para a América Latina, exportamos US$ 50,16 bilhões e vendemos os nossos produtos a US$ 1.424 a tonelada. A venda apenas para o Mercosul tem um preço médio melhor ainda: US$ 1.534 a tonelada”, exemplificou o senador.
Além disso, entre 2002 e 2012 as exportações para os Estados Unidos cresceram 72% e os nossos negócios com a América Latina tiveram um incremento de 337%. Só para o Mercosul, o aumento foi de 579%. “Ou nos protegemos sob a guarda-chuva da integração ou nos expomos a pior de todas as tempestades geradas pelo desequilíbrio capitalista”, finalizou Requião.
Crise – O evento também dedicou atenção especial à crise coreana e a crise do Oriente Médio. “O mundo está novamente enfrentando o abuso da religião para fins políticos ocultos. Ambas as situações requerem uma forte intervenção pública, a fim de evitar que o mundo se transforme em um caos incontrolável”, justificaram os organizadores do Fórum.