Requião avalia participação do Parlasul na Eurolat
O senador Roberto Requião (PMDB/PR) participou da Assembléia Euro-Latino-Americana (EUROLAT) em Bruxelas, na Bélgica. O evento discutiu globalização, crise financeira, tráfico de drogas, crime organizado e desastres naturais. Requião, que é o presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), viajou acompanhado da deputada Íris de Araújo e do deputado Dr. Rosinha.
Na avaliação do senador, “os europeus não perderam a soberba. Tratam a nós, sul-americanos, com um laivo de desprezo e prepotência embora estejam completamente aniquilados”. Segundo Requião, os europeus querem entrar nos mercados latino-americanos de uma predadora e colonialista “quando na verdade eles é que estão desesperados”.
Requião acredita que o Brasil tem dado um exemplo de comportamento financeiro para a Europa e os Estados Unidos e não pode sofrer influências negativas da crise econômica internacional. “Não é a burrice deles que deve ter como contrapartida uma posição burra nossa”, alertou.
“O mundo só sai com solidariedade. Com a mudança do sistema econômico, com a valorização do trabalho, com a valorização do capital empreendedor. Os europeus festejavam com alegria convênios bilaterais com a Colômbia, com o Chile e com o Peru e estes países serão extraordinariamente predados”, afirmou.
O senador classificou a ação do Banco Central europeu como uma política de escravização do povo em favor do capital. “O Banco Central não quer comprar títulos de Portugal, da Espanha, de países enfraquecidos porque quer obrigá-los ao sacrifício, à redução da saúde, da educação, dos salários de seus trabalhadores para pagar os juros absurdos”, criticou.
“Não é a toa que a professora Maria da Conceição Tavares, o Carlos Lessa, o Beluzzo e uma série grande de economistas lançaram recentemente o “Consenso do Rio de Janeiro” em contrapondo o “Consenso de Washington”, que era o acordo de valorização do capital e de subestimação do trabalho e do empreendedorismo.
Eurolat – A Assembleia reúne 150 parlamentares: 75 do Parlamento Europeu e 75 parlamentares da América Latina (Parlatino, Parlandino, Parlacen e Parlasul). As decisões partem do trabalho das três Comissões Permanentes: Requião participou da Comissão de Assuntos Econômicos, Financeiros e Comerciais; a deputada Íris de Araújo participou da Comissão de Assuntos Políticos, Segurança e Direitos Humanos; e o deputado Dr. Rosinha esteve na Comissão de Assuntos Sociais, Intercâmbio Humano, Meio Ambiente, Educação e Cultura.
Criada em 2006, a Eurolat adota e propõe resoluções e recomendações de diversas organizações, instituições e grupos ministeriais encarregados do desenvolvimento da Associação Estratégica Bi-Regional.
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