Não investigar a Delta incentiva a corrupção em obras públicas, diz Requião
A decisão da CPMI do Cachoeira, votada na reunião desta quinta-feira (17), de restringir as investigações sobre a Construtora Delta apenas ao seu braço no centro-oeste do país, equivale a acobertar a ação da empresa contra o erário, superfaturando obras e corrompendo agentes públicos, disse o senador Roberto Requião, no plenário do Senado.
Em um aparte ao senador Pedro Simon, que deplorava a decisão da CPMI, Requião disse que os governistas da Comissão não querem investigar a Delta “em nome da continuidade das públicas tocadas pela empresa”, sem levar em conta que ela ganhou as licitações usando expedientes escusos e que suas obras são superfaturadas. Para Requião, o Governo Federal perde uma oportunidade única de fazer uma faxina exemplar na área, moralizando as licitações e acabando com o velho problema do superfaturamento de obras públicas.
Em seu discurso, Pedro Simon lamentou que senadores como Requião não estivessem conduzindo a CPMI, relembrando o êxito das investigações da CPI dos Precatórios, conduzida pelo senador paranaense. “Essa CPI do Cachoeira já veio com os fatos praticamente investigados. A Polícia Federal já fez isso. A CPI dos Precatórios, não. O Requião teve que começar do zero e desmontou toda a bandalheira dos títulos, sem poupar ninguém. Agora, mesmo com tudo na mão, a CPI do Cachoeira não faz o que devia”, disse Simon.
Requião falou ainda sobre a sua luta contra a jogatina, desmantelando o esquema a de Carlinhos Cachoeira no estado, e a ordem de prisão contra Fernando Cavendish, presidente da Delta, por fraudar licitações de obras públicas no Paraná. Ele registrou também que já foi várias vezes condenados por ter chamado os ladrões dos cofres públicos pelo nome, enquanto os promotores e beneficiários da corrupção não foram até hoje julgados.
Acompanhe a seguir o aparte do senador Roberto Requião na sessão desta quinta-feira (17) do Senado Federal.
ÁUDIO
VÍDEO
YOUTUBE
Página IncialSem categoriaNão investigar a Delta incentiva a corrupção em obras públicas, diz Requião