Bernardo Figueiredo disse que se orgulhava do currículo mas suprimiu dados da biografia O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, cuja recondução ao cargo pode ser votada semana que vem no plenário do Senado, maquiou o seu curriculum vitae apresentado à Comissão de Infraestrutura, escondendo, por exemplo, seu papel na privatização do setor ferroviário, no governo FHC, e sua participação na estruturação da América Latina Logística, a ALL, empresa que arrematou boa parte das ferrovias privatizadas. Um dos momentos de maior tensão na sabatina de Figueiredo foi quando senador Roberto Requião confrontou o diretor-geral da ANTT com sua biografia, mostrando suas idas e vindas entre os setores público e privado, especialmente o fato de, depois de formatar a privatização das ferrovias, tornar-se proprietário de parte delas. Essa informação constava do currículo que o próprio diretor-geral da ANTT enviou ao Senado em 2008, quando ele foi indicado ao cargo pela primeira vez. No entanto, no currículo encaminhado à Comissão de Infraestrutura pleiteando a recondução ao cargo, Bernardo Figueiredo omitiu informações sobre sua vida anfíbia, justamente uma das críticas mais fortes do senador Requião, já que, segundo o Ministério Público Federal , a Justiça Federal e o Tribunal de Contas da União o diretor-geral da ANTT tem se mostrado extremamente complacente com sua antiga empresa ferroviária, a ALL, omitindo-se de fiscalizá-la e de fazê-la cumprir contratos. Por outro lado, o jornal Folha de S. Paulo, edição do dia 17 do mês, fez uma revelação que esclarece a inapetência da oposição (DEM e PSDB) em discutir e apurar as denúncias contra Bernardo Figueiredo. Diz, textualmente, a nota publicada no Painel: “Cabo eleitoral. Chamou a atenção dos senadores de oposição o esmero do segundo vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, em convencer as bancadas tucana e do DEM a aprovarem a recondução de Bernardo Figueiredo à direção da ANTT por mais dois Anos”. Eduardo Jorge, o niotório EJ, foi ministro de FHC e um dos mais radicais privatistas do governo tucano. Veja a seguir Veja o que Bernardo Figueiredo fez “sumir” do seu currículo para enganar o Senado: – Principais atividades na RFFSA, onde trabalhou como Chefe de Gabinete do Presidente da estatal: “ Elaboração do Plano de Saneamento Financeiro e Gerencial da RFFSA “Elaboração dos Estudos Preliminares do Programa de Desestatização da RFFSA” – Principais atividades de 1995 a 1999 na empresa privada empresa privada Interférrea, que se associou com a norte-americana Railtex Global Investments LLC. INC, Judori Administração, Investimentos e Participações S/A e Ralph Partners I LTD (com sede nas Ilhas Cayman) para participar das privatizações e constituir a América Latina Logística – ALL. O contrato de concessão da ALL, de 1977, está assinado por estas empresas, sócias da ALL, tendo Bernardo Figueiredo assinado pela Interférrea; “ Avaliação Econômico-Financeira e o Plano de Negócios para as Malhas da RFFSA . Negociação da participação da empresa no Grupo Controlador da Malha Centro Leste da RFFSA . Negociação da participação da empresa no Grupo Controlador da Malha Sul da RFFSA . Criação em “joint-venture” com o grupo Spoornet, da África do Sul, de subsidiárias para a exploração do mercado de Locação de Locomotivas e de Logística Intermodal . Participação da estruturação das concessionárias Ferrovia Centro Atlântica – FCA e Ferrovia Sul Atlântica – FSA, hoje América Latina Logística – ALL. Como representante da Interférrea, foi membro do Conselho de Administração de ambas as concessionárias. Principais atividades, de 1999 a 2003, na direção da poderosa Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – ANTF, o lobby das concessionárias privadas: “ Representação dos transportadores ferroviários de cargas na Comissão Federal de Ferrovias – COFER, responsável pela elaboração dos marcos regulatórios do setor Elaboração de diagnóstico e proposta de desenvolvimento para o Transporte Ferroviário Nacional” – Principais atividades em 2004 e 2005 como diretor-financeiro da VALEC – Engenharia Construções e Ferrovias S/A, em companhia do famoso Dr. Juquinha, defenestrado por Dilma por inúmeros malfeitos: “ Elaboração e coordenação do Plano de Revitalização das Ferrovias Elaboração do Estudo de Avaliação Econômico-Financeira da Ferrovia Norte-Sul” O Plano de Revitalização das Ferrovias é a aplicação às ferrovias das PPPs. – Principais atividades como Gerente de Projeto do Programa de Parceria Público Privada do Ministério do Planejamento (2005): “Elaboração da modelagem do Projeto da Ferrovia Norte-Sul dentro do Programa de Parceria Público Privada Elaboração da modelagem do Projeto do Ferroanel de São Paulo dentro do Programa de Parceria Público Privada Elaboração dos Estudos Preliminares para Inclusão do Projeto da Variante Ipiranga – Guarapuava no Paraná no Programa de Parceria Público Privada” O PORQUE DO NÃO A BERNARDO FIGUEIREDO
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