Requião critica aumento do superávit primário e defende salário regional
O senador Roberto Requião criticou, nesta segunda-feira, 29, no plenário do Senado, o anúncio do Governo Federal de que elevará o superávit primário em mais dez bilhões de reais, alegando que, com isso, entre outras coisas, os juros vão cair. “Os juros não cairão, porque o Banco Central está serviço do capital financeiro. Os rentistas, que só no ano passado amealharam mais de 260 bilhões de reais, com os juros, vão continuar lucrando. Mais que uma sinalização aos interesses dos brasileiros, o aumento do superávit é uma sinalização ao mercado, para dizer que tudo continua como antes”.
Usando uma frase de antigamente, muito comum para definir as idas e vindas da política no Império, Requião disse que também nos dias de hoje “nada é mais parecido com um Saquarema que um Luzia no poder”. Tido como mais avançados, os Luzias, quando assumiam o Gabinete imperial, repetiam as políticas conservadoras dos Saquaremas. Agora, lamentou Requião, o PT reproduz no poder as receitas do PSDB, que antes tanto criticava.
Requião relatou ainda aos senadores a sua participação em um ciclo de debates, na Assembléia Legislativa de Mi nas Gerais sobre a implantação do salário mínimo regional naquele estado. O senador deplorou a oposição de representantes do governo mineiro e até mesmo de sindicalistas à criação do mínimo. Segundo ele, repetiram-se em Belo Horizonte os mesmo argumentos conservadores dos que se opunham à criação do salário mínimo paranaense.
Veja a seguir o discurso (áudio e vídeo) de Requião no plenário do Senado, nesta segunda-feira, 29.
VÍDEO
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado
