Requião critica resistência à formalização de domésticas e tibieza na política econômica
O senador Roberto Requião disse nesta segunda-feira, no plenário do Senado, que está havendo uma forte oposição do governo federal à sua proposta de dedução do salário do empregado doméstico do imposto de renda do contratante. Já aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Sociais, a proposta teve pedido de vistas na Comissão de Assuntos Econômicos, por pressão do governo.
Requião contou que recebeu nesta segunda-feira (26), em seu gabinete, de representantes da Receita Federal relatório opondo-se ao seu projeto de lei. Entre outras coisas, o documento argumenta que a formalização de todas as empregadas domésticas brasileiras causaria um forte impacto financeiro aos cofres públicos. Enfim, disse o senador, a Receita Federal quer que a situação de semi-escravidão doméstica hoje existente, já que 75 por cento desses trabalhadores não têm carteira assinada e nem garantias trabalhistas, perpetue-se.
O segundo tema do pronunciamento de Requião foi a política econômica do governo federal e seus perniciosos reflexos sobre a indústria brasileira. Requião disse que, nas últimas semanas, discute-se com insistência, no parlamento e na mídia, a chamada desindustrialização do Brasil. No entanto, afirmou, não se trata de um fato recente, pois vem desde a década de 80, com os primeiros ensaios de submissão do país ao “Consenso de Washington”.
Para Requião, a posição do governo federal diante desse problema é tíbia, já que suas medidas não mexem na essência do fenômeno, tangenciam-nos timidamente.
Ouça o pronunciamento do senador Roberto Requião nesta segunda-feira (26), no plenário do Senado.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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