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Requião diz que crise venezuelana deve ser discutida sem rancores

MERCOSUL3Na sessão plenária desta segunda-feira (7) do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, Uruguai, o senador Roberto Requião afirmou que a crise  venezuelana vem arrefecendo e que apenas um debate racional, sem passionalismo e distorções  da realidade,  poderá contribuir para a pacificação do país .

A defesa da autodeterminação da Venezuela e as críticas a manobras de desestabilização do governo Nicolás Maduro,  que estariam sendo promovidas pela oposição, marcaram o debate sobre a crise política no país vizinho  pelo Parlamento. A iniciativa de propor o debate foi da representação venezuelana, que participou pela primeira vez de forma plena, com direito a voz e voto, de uma sessão.

Vice-presidente brasileiro do Parlasul, Requião disse que as últimas medidas econômicas tomadas por Maduro começam a surtir efeito, no combate ao desabastecimento, e que a mobilização das ruas está “praticamente pacificada”. Ele criticou o tom excessivamente emotivo – “como em uma novela mexicana” – da participação da deputada de oposição venezuelana María Corina Machado em uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro e pediu que o tema seja debatido com isenção.

– Se a discussão sobre o tema for feita com racionalidade pelo Parlasul, daremos uma contribuição positiva ao processo. Devemos analisar a questão sem a passionalidade de uma María Corina, que muito pouco se preocupa com a Venezuela, afirmou Requião.

A deputada Corina esteve semana passada na Comissão de Relações Exteriores do Senado e protagonizou, segundo Requião,  um “pastelão mexicano”, além de fugir às perguntas mais objetivas sobre a crise e o papel da oposição.

O caminho

A deputada Blanca Eekhout, vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e integrante da representação de seu país, fez uma defesa veemente do governo venezuelano, que, afirmou, procura construir o socialismo bolivariano “em paz e mantendo relações econômicas, políticas e comerciais com todos os povos do mundo”.

– A paz é o nosso caminho. Por que atacar a Venezuela? Porque querem eliminar uma das vozes integracionistas mais importantes? Defender a Venezuela é defender o Brasil, é defender a Argentina. Por isso, é um assunto do Mercosul defender a paz na Venezuela – afirmou Blanca.

O deputado uruguaio Roberto Conde, ex-presidente do Parlasul, disse que há um “ataque especulativo constante” contra a moeda venezuelana. Em sua opinião, não se está diante de um movimento estudantil ou de um movimento em defesa dos direitos humanos, mas sim de um movimento de sabotagem da economia da Venezuela e de desestabilização do governo daquele país. Uma das poucas vozes dissonantes foi a do parlamentar argentino Adrian Pérez, para quem democracia “inclui tolerância, respeito ao outro e liberdade de expressão”, em referência às restrições à liberdade promovidas pelo governo venezuelano.

(Com Marcos Magalhães, Agência Senado)