O senador Roberto Requião foi voz discordante na reunião desta quarta-feira (4) da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que discute, a toque de caixa, uma “mini reforma eleitoral”, para ser aplicada nas eleições do próximo ano. Para o senador, a reforma tangencia questões centrais como o financiamento privado, e sem limites, das campanhas eleitorais e o monopólio das informações, para discutir o tamanho dos adesivos. “Estamos brincando, estamos enganando os brasileiros com uma reforma “faz de conta” e que não toca as raízes da corrupção eleitoral e da manipulação da opinião pública”, afirmou o senador.
Segundo Requião, tudo o que deveria ser mudado para que as eleições brasileiras fossem realmente limpas e democráticas é mantido pela reforma em debate. O senador ironizou um dos pontos da proposta, dizendo que enquanto o Congresso discute o voto aberto, a reforma mantém os doadores privados ocultos.
As restrições à propaganda, tal qual de reforma pretende, sem mexer na alma do sistema eleitoral que é o financiamento feito por grandes grupos econômicos, vai apenas punir os candidatos mais pobres ou ideológicos, que sequer terão os espaços das ruas para se divulgar, observou Requião.
A seguir, a intervenção do senador Requião na CCJ, nesta quarta-feira (4).