Requião diz que reforma pode favorecer retrocesso democrático
O senador Roberto Requião disse nesta segunda-feira, 28, em discurso no plenário, que a reforma política que uma comissão especial do Senado está discutindo pode representar uma regressão na história da democracia, caso adote o voto em lista, sem a individualização da escolha, e o chamado “distritão”, com a eliminação do voto proporcional.
O voto em lista preparada pela burocracia partidária, forçando uma opção sem personalizar o escolhido, comparou Requião, é o mesmo que imaginar uma França sem Napoleão, uma Rússia sem Lênin, Stalin ou Trotski ou Cuba sem Fidel e Che Guevara. Quanto à instituição do voto majoritário nas eleições parlamentares, o senador apontou o perigo da eliminação de tendências, de correntes ideológicas, de pensamentos políticos divergentes, que o voto proporcional favorece.
Requião deu um exemplo: concorrendo por Minas Gerais, em uma hipotética eleição para deputado federal, o ex-presidente Itamar Franco teria uma votação estrondosa, mas seria o único eleito de sua tendência, enfraquecendo-a, em conseqüência.
O senador paranaense voltou a defender a sua proposta de lista mista, parte fechada e parte aberta, sendo que a proporcionalidade seria garantida pelo voto na lista fechada, um voto, segundo ele, programático.
Veja a seguir a íntegra do pronunciamento de Requião no Senado, nesta segunda-feira, 28.
Foto: Geraldo Magela / Agência Estado