O senador Roberto Requião afirmou que uma leitura inicial dos relatórios sobre a situação administrativa-financeira do Paraná, fornecidos a seu pedido pelo governo estadual e pelo Tribunal de Contas, apontam para um forte descontrole na contração de funcionários comissionados e nos gastos com propaganda. O senador recebeu os relatórios à véspera de sua viagem para a Polônia e deve se dedicar a esmiuçá-los em sua volta ao Brasil.
A criação de 1.198 cargos no Judiciário, de 493 cargos de alta remuneração no Executivo, nenhum deles nas áreas de saúde e educação, e de 269 no Ministério Público estadual, além dos gastos em propaganda, fizeram com que as despesas ultrapassassem os limites fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, afirma o senador.
Esse descontrole sobre a administração e as finanças públicas, lembra o senador, fez com que Beto Richa não pudesse se credenciar a uma linha de crédito de 20 bilhões de reais, criada pelo BNDES para os estados, sob condições de pagamento extremamente facilitadas. O Paraná pediu 817 milhões de reais ao banco, que disse não.
O motivo da negativa: o Paraná está com a “ficha suja” na Secretaria de Tesouro Nacional, uma espécie de Seproc público. Gastando mais que o permitido em contratação de comissionados, além do dinheiro torrado em propaganda, o Paraná não pode emprestar do BNDES e foi atrás de dinheiro no exterior, pedido em discussão no Senado.
