Requião faz paralelo entre PPPS portuguesas e brasileiras e aponta riscos
O senador Roberto Requião fez um relato no plenário do Senado, nesta sexta-feira, 1º, da crise por que passam as Parcerias Público-Privadas em Portugal, inclusive para a construção de uma linha de trem de alta velocidade, e advertiu para os perigos de projeto semelhante no Brasil. O senador disse que uma das características das PPPs, lá e aqui, é a isenção de riscos para a iniciativa privada, com o Estado assumindo todos os prejuízos, quando os projetos fracassam.
Requião afirmou que o projeto do trem-bala entre Campinas e Rio de Janeiro, através de PPP, também poderá ter uma enorme variação de preço. Afinal, dos 18 bilhões inicialmente previstos, o governo orçou o projeto em 38 bilhões de reais, e as empreiteiras pressionam para que o orçamento chegue a 55 bilhões de reais. Segundo o senador, a inflação dos preços das obras públicas é uma constante nas PPPs, em qualquer parte em que o modelo é adotado.
O senador do Paraná citou ainda outra identidade entre as PPPs portuguesas e brasileiras: “os governantes público-privados”, pessoas que transitam com freqüência e desenvoltura entre funções em empresas privadas e no serviço público. No caso brasileiro, ele citou o atual diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, que ora está no comando de grandes empresas privadas e ora ocupa cargos públicos.
Em aparte a Requião, o senador Blairo Maggi (PR-MT), disse que o custo do trem-bala brasileiro seria o suficiente para a construção de 7.500 quilômetros de ferrovias, de bitola larga, ou 20 mil quilômetros de rodovias. Ele também disse que impossível prever o preço final da obra, que pode ultrapassar os 60 bilhões de reais.
Veja a seguir a íntegra do discurso do senador do Paraná, nesta sexta-feir5a, 1º de julho.
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