“Morreu o irmão mais velho, o amigo, o conselheiro, o marco referencial de vida. Morreu D. Tomás Balduino. Ainda neste ano, dois meses atrás, o vi na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Aos 91 anos, com o fogo, o ardor, a paixão dos jovens. Foi ele que me ensinou: a esperança não morre. Desde que a esperança fosse feita de lutas, de ousadia, firmeza e coragem. A esperança não morre para quem não desiste de atacar essas estruturas sociais, econômicas e políticas carcomidas, corrompidas. É o que eu aprendi com ele. Mestre em Teologia na França, mestre em Antropologia e Linguística pela UNB, piloto de avião, um intelectual respeitado, D. Tomás dedicou a vida aos índios, aos trabalhadores rurais, aos pobres. Nos anos da ditadura militar (1964-1985), era uma das referências da resistência ao arbítrio, refúgio certo para os perseguidos.
Internado no interior do Brasil, no centro-oeste, iluminou o país com sua clareza de idéias, sua generosidade, sua absoluta, irrestrita entrega ao povo. Um homem assim não morre. Seu exemplo de vida dissemina-se, espalha-se e germina novos combatentes porque a esperança nunca morre, porque a vitória é tão certa quanto o sol que nos ilumina, o sol D. Tomás Balduíno.
Velho amigo, aqui, neste vale de lágrimas, continuamos a jornada”.
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