Requião participa de recepção a presidentes dos países do Mercosul
O senador Roberto Requião, presidente da Representação Brasileira no Parlasul, participou, nesta terça-feira (31) da recepção que o Itamarati ofereceu aos presidentes Dilma Roussef, Cristina Kirchner, José Mujica e Hugo Chaves para comemorar a entrada da Venezuela no bloco.
Para o senador, não existe momento mais apropriado para a incorporação da Venezuela ao Mercosul que o de hoje, em face da crise financeira global. “O que pretendem os Estados Unidos e os países desenvolvidos da Europa, todos às voltas com dificuldades? Pretendem que Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela e outros países em desenvolvimento continuem sendo mero fornecedores de matérias-primas e de mão de obra barata. Para romper com esse modelo de tantos séculos, a saída é a unidade sul-americana, é o Mercosul”, afirmou Requião.
O senador rebateu ainda os opositores da entrada na Venezuela no bloco dizendo que não se trata de uma questão ideológica, mesmo porque, ponderou, os países estão acima dos que eventualmente os governam. Requião deu ainda como exemplo as enormes oportunidades de negócio que o Paraná abriu para os empresários locais, quando ele, como governador, incrementou as relações com a Venezuela.
“O PIB da Venezuela ultrapassa os 300 bilhões de dólares. Trata-se, portanto, de um mercado que vai oxigenar as economias do bloco. Isso vai beneficiar inclusive o Paraguai e sua produção de grãos de carnes”, assegurou o senador.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul), de acordo com o Itamaraty.
A incorporação da Venezuela ao Mercosul ocorrerá, juridicamente, a partir do dia 13 de agosto, pois é necessário cumprir os prazos para análise dos documentos até a sua conclusão, conforme as regras do bloco.
Senador Requião conversa com o Presidente da Venezuela, Hugo Chaves.
ÁUDIO
Para Requião, integração da Venezuela ao Mercosul é a nova declaração de independência dos países do bloco
“Ontem foi um dia importantíssimo para o Brasil e para o Mercosul. Para os nossos países. Para Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR), que almoçou com os presidentes dos países membros do Mercosul após a formalização da entrada da Venezuela no bloco.
“A sensação que tenho neste momento é da segunda declaração da independência do Brasil e dos nossos países. Nós não estamos mais subordinados aos interesses dos grandes grupos econômicos. Nós estamos engendrando e moldando a nossa reação à quebradeira da economia financeira do mundo juntos, defendendo nossas empresas, nossos empregos”, disse Requião.
O senador elogiou os presidentes dos países do Mercosul por terem “a visão clara de que os países são permanentes. Governos mudam. Mas a fraternidade sul-americana deve ser mantida”, avaliou.
Venezuela – A entrada da Venezuela no Mercosul foi oficializada ontem (31) em Brasília em uma cúpula extraordinária dos líderes dos países que formam o bloco: Dilma Rousseff, o presidente uruguaio, Pepe Mujica, e a presidenta argentina, Cristina Kirchner.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).