O Parlamento do Mercosul dedicou boa parte da sua XXIX sessão plenária, nesta terça-feira (21) para debater o caso do parlamentar argentino José Lopez, flagrado a desfazer-se de oito milhões de dólares, no dia 14 deste mês. O pedido de expulsão de Lopez, defendido pelo senador Roberto Requião, não alcançou o voto de dois terços dos representantes da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Agora, a mesa diretora do Parlasul vai pedir informações sobre a prisão de José Lopes à justiça argentina, a fim de instruir processo para a exclusão ou não do parlamentar.

O senador Requião, presidente da Representação Brasileira no Parlasul, falando na sessão, considerou que a permanência de Lopez no Parlasul desilustra e desmoraliza a imagem do Parlamento. “Não o queremos mais aqui”, afirmou o senador.

José Lopez, ex-secretário de Obras Públicas da Argentina, no governo passado, foi preso no dia 14, quando flagrado jogando sacolas de dinheiro pelo muro de um convento, na cidade de General Rodrigues, a 60 quilômetros de Buenos Aires.

Embora ninguém defendesse a absolvição de Lopez, a sua imediata expulsão ou não provocou intensos debates no plenário. Companheiros de partido de Lopez, que também queriam a sua punição, reagiram a acusações de outros parlamentares que, segundo eles, “tentavam criminalizar todo o partido Frente para a Vitória”, pelo qual Lopes se elegeu para o Parlasul.

O parlamentar Augustin Rossi, da Frente, e ex-ministro da Defesa da presidente Cristina Kirchner, acusou os partidários do atual presidente argentino Maurício Macri de darem visibilidade ao caso de Lopes para desviar a atenção do escândalo “Panamá Papers”, no qual a família Macri está envolvida.

Antes da sessão plenária, reunião da mesa diretora do Parlamento, do qual o senador Roberto Requião participou e com o voto dele, havia votado pelo encaminhamento da expulsão de José Lopez.