Retomada dos trabalhos do Parlasul só depois do ingresso da Venezuela, diz Requião
As negociações para a retomada dos trabalhos do Parlamento do Mercosul (Parlasul) deverão intensificar-se após a formalização do ingresso definitivo da Venezuela no bloco, previu nesta terça-feira (10) o presidente da Representação Brasileira no Parlasul, senador Roberto Requião (PMDB-PR). A cerimônia de adesão da Venezuela está marcada para o próximo dia 31, no Rio de Janeiro.
Ao abrir a reunião da representação nesta terça, o senador informou que a primeira sessão do ano do Parlasul, marcada para 2 de julho, em Montevidéu, acabou não ocorrendo por ausência de delegações da Argentina e do Uruguai – em resposta à presença de parlamentares paraguaios no Plenário.
O senador relacionou a falta de quórum à decisão tomada dias antes, pelos governos de Argentina, Brasil e Uruguai, de exclusão temporária do bloco do Paraguai, em consequência da rápida deposição, pelo Congresso paraguaio, do então presidente Fernando Lugo.
Os presidentes dos três países – Cristina Kirchner, Dilma Rousseff e José Mujica – aprovaram na mesma data o ingresso da Venezuela.
O presidente da representação ressaltou a importância do ingresso da Venezuela no Mercosul, em um momento de grave crise econômica internacional. Com o novo sócio, o bloco passará a ter população superior a 250 milhões de habitantes e o equivalente a 75% do PIB da América do Sul.
– O ingresso da Venezuela é uma necessidade no momento em que enfrentamos a crise – afirmou Requião.
O senador lembrou que o novo governo paraguaio apresentou recurso contra sua exclusão do bloco junto ao Tribunal Permanente do Mercosul. Na mesma ação, o Paraguai questiona a decisão dos demais países do bloco de autorizar o ingresso da Venezuela, que não foi aprovado pelo Congresso paraguaio.
Para Requião, caso o tribunal se manifeste contra a exclusão do Paraguai, também se posicionará contra o ingresso da Venezuela.
– Estão tentando impedir a consolidação do Mercosul, com a participação da Venezuela. Isso interessa aos Estados Unidos e à Europa, que desejam quebrar a nossa unidade para alcançar acordos bilaterais, nos limitando à condição de produtores de commodities – disse Requião.
(Marcos Magalhães/Agência Senado)
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